segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Empresta aí...


Duas colegas vieram pedir-me os apontamentos da aula passada. Não sou capaz de dizer que não, mas detesto ser usada, se for esse o caso. Há sempre (mesmo nos doutoramentos!) alunos "parasitas", que se aproveitam do trabalho dos outros... e neste curso, em que é obrigatório fazer relatórios das aulas para avaliação, não me apetece nada oferecer os meus apontamentos a desconhecidos.

Pelo sim, pelo não, saí mais cedo da aula de hoje e pedi a uma delas que depois me facultasse os seus apontamentos...


4 comentários:

  1. O parasitismo é um dos grandes males do nosso ensino. Mas que fazer num país onde a asneira é elogiada e quase sempre premiada?

    Para mais esclarecimento, transcrevo um excerto de um livro que decerto conhece bem:

    "Cynthia (...) Achava os portugueses excelentes pessoas, mas que acreditavam que ser bom marido era ridículo e que ser bom funcionário era, no mínimo, deselegante. Parecia-lhe até que se sentiam ameaçados quando alguém fazia as coisas como deve ser. Nas escolas os heróis eram os cábulas, os que perdiam mais anos, os que mais faltavam às aulas e ao respeito pelos mestres. Ficava de cabelos em pé quando ouvia alguém a gabar-se das barbaridades que fazia ao volante dos seus automóveis."

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  2. Hehe...
    Este excerto que cita já foi escrito há uns bons anos. E no entanto, é assustadoramente actual... parece que não há cura para o tal vírus português!

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  3. Mas não se esqueça. Em Portugal quem não ajuda os calaceiros fica muito mal na fotografia.

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  4. Pois eu nunca fui fotogénica. Em todo o caso, não gosto de ficar mal. Arranjei este compromisso: empresto o mínimo necessário, mas nada de que me possa vir a arrepender mais tarde.

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