sábado, 31 de julho de 2010

Balde de água fria

Resolvi arriscar.
A professora do seminário de especialidade era especial, espectacular. A melhor orientadora que eu poderia desejar! E o meu orientador, de quem eu esperara uma atitude muito mais interessada e envolvida, não tem tempo para mim. Além de que, bem vistas as coisas, ainda nem sequer é o meu orientador oficial: a escolha só será feita depois de eu defender publicamente o projecto da tese. Ora... pareceu-me que ainda estava a tempo de remediar um provável erro estratégico. E eis que, para me fazer inclinar definitivamente para esse lado, assisto a uma defesa de doutoramento em que ele, como orientador do candidato, deixa bastante a desejar.
Depois de muita hesitação, ponderei os prós e os contras e tive a certeza: vale a pena tentar. Escrevi à professora a pedir-lhe um encontro pessoal e, como ela não respondeu com a rapidez habitual, acabei por lhe escrever novamente, a pedir que me orientasse e explicando as minhas razões de forma sentida e sincera. Respondeu que não, não podia. Está já com muitas orientações e nunca tomaria o lugar de outro professor que já aceitou essa função.
Acabou-se a esperança, agora é assumir a decisão que, afinal, já tinha tomado mesmo antes de me matricular, e andar para a frente.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Para que serve um tutor?

Para tudo e para nada, é o que parece.
De acordo com as normas regulamentares dos cursos de doutoramento da faculdade, que me foram enviadas há pouco tempo pela coordenadora do curso, o tutor é o professor que me vai ajudar a fazer o projecto da minha tese. Ora vejam:




São responsabilidades do tutor:
1. Apoiar e orientar o aluno na sua integração no Curso de Doutoramento, no respeito pela sua autonomia de escolha, designadamente aconselhando-o no que respeita às escolhas de seminários de opção.
2. Definir com os alunos sob sua tutoria o regime de acompanhamento periódico, individual e/ou de grupo, presencial e eventualmente mediado por tecnologias de informação e comunicação, que melhor convenha à orientação do trabalho dos alunos, recomendando-se que preveja uma periodicidade de interacção pelo menos quinzenal.
3. Apoiar a aprendizagem e o trabalho autónomo do aluno, nomeadamente sugerindo leituras e actividades de enriquecimento, discutindo o desenvolvimento dos seus trabalhos de seminário e do seu projecto de investigação.
4. Colaborar com os docentes responsáveis dos seminários do Curso de Doutoramento, a pedido destes, na orientação do trabalho escolar do aluno.
5. Orientar cientificamente o aluno na elaboração do trabalho final de curso e na preparação da sua discussão em prova pública.
6. Orientar o aluno na organização dos elementos para o seu arquivo individual de percurso e exigir a sua apresentação actualizada no final de cada semestre do Curso.

7. Apresentar no final de cada semestre ao Coordenador do Ciclo de Estudos de Doutoramento um relatório sobre o acompanhamento tutorial feito e o progresso do trabalho de cada aluno sob sua tutoria, a incluir no arquivo individual do percurso do estudante.
8. Validar os elementos entregues pelo estudante para as actualizações semestrais do seu arquivo individual de percurso e enviá-las ao Núcleo de Doutoramentos da Divisão Académica.
9. Participar no júri de avaliação do Trabalho Final do Curso, quando para tal for solicitado pelo Coordenador do Ciclo de Estudos de Doutoramento.



Até agora (e a data de entrega do Trabalho Final é 17 de Setembro, não falta assim tanto), não vi nem orientação nem apoio nenhum, no que respeita ao Trabalho Final, da parte da coordenadora do curso, que se auto-nomeou minha tutora, se não estou em erro. A única coisa que fez, ironicamente, foi enviar-me as normas e aconselhar-me a lê-las!
O meu futuro orientador, sem grande surpresa para mim, declara-se sobejamente ocupado e pede desculpa por lhe ser "humanamente impossível" ajudar-me neste momento.
Estou, portanto, por minha conta. O resto são apenas palavras escritas num documento que, pelos vistos, muito pouca gente lê e ao qual ainda menos gente dá a devida importância.

domingo, 25 de julho de 2010

Segunda nota

Ligo hoje o Gmail e vejo que recebi uma mensagem ontem, às 23h.59m., da minha Professora, a informar-me que resolveu dar-me 18 valores pelo trabalho.
Já sabia que ela era muito exigente e que não era fácil ter boas notas nas suas disciplinas, por isso estou muito contente - apesar de (algo envergonhadamente o confesso) ter tido a secreta esperança de chegar ao 19.
Agora falta vencer o maior desafio da parte curricular do curso: o Trabalho Final.
Mas por enquanto, estou sem cabeça para ele. E, como sou trabalhadora estudante, gozo de mais um semestre para o fazer, por isso vou aproveitar para ler sem pressas tudo o que ainda devo ler antes de começar a escrevê-lo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Defesa

Hoje assisti à defesa de uma tese de doutoramento. O que mais me impressionou foi o número de elementos do júri (8), além das suas fatiotas abútreas. O candidato era novito, mas lá se safou, mesmo após as críticas implacáveis de dois arguentes advogados-do-diabo.
O que trago de boa recordação, porém, nada tem que ver com a defesa. É o facto de a minha professora deste último seminário, de quem tanto gostei e com quem tanto aprendi, me ter apresentado a uma colega dizendo isto: «esta é que é a minha menina, de quem te falei».
Valeu a pena! Mas, como se não bastasse, durante a arguição, em que o candidato era acusado de ter limitado os horizontes da sua investigação, ela ainda me mandou um bilhetinho entusiasmado, usando uma senhora que estava atrás de mim como intermediária, para me lembrar que ela própria já me tinha alertado para esse facto. Ao que eu respondi, agradecendo, que sim, que me lembrava de coisas que ela me tinha dito ao ouvir aquelas críticas. Que inesperada e agradável aquela cumplicidade que ali aconteceu entre nós! Fico cada vez mais arrependida de não a ter escolhido como orientadora...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Estou a chorar

Estou a chorar lágrima atrás de lágrima, porque a Professora do seminário de Especialidade acaba de me escrever um e-mail de despedida, dizendo-me que teve muito gosto em me ter como aluna.
Estou a chorar de comoção, por mais estúpido e despropositado que isto pareça. Ela tocou-me, mexeu comigo, intelectualmente. É de um entusiasmo contagiante e de um profissionalismo admirável, tenho pena de não a ter escolhido como orientadora.
Estou a chorar, também, porque não gosto de despedidas. Não aceito despedidas. Por isso, respondi-lhe dizendo que também tinha tido muito gosto e que esperava poder continuar a poder trocar imporessões com ela, para que este adeus não tivesse de ser definitivo.

sábado, 10 de julho de 2010

Etapa final do Seminário de Especialidade

Agora só me falta fazer a versão 3 em 1: um ensaio final que inclua os dois anteriores.
Não sei bem como isto é possível, mas tem de ser possível. Foi o que eu própria decidi fazer, agora tenho de conseguir. E vou conseguir.
Durante uns dias, com a criançada às turras em casa, não fui capaz de pensar nisso, sequer.
Mas ontem reuni a coragem necessária, arranjei um momento de sossego e comecei a sobreposição dos dois artigos. Já falta pouco para acabar esta etapa!

sábado, 3 de julho de 2010

Lenha para me queimar

Ontem de manhã reuni-me com a professora para falarmos sobre o(s) meu(s) trabalho(s).
Gostou dos dois, mas  - ao contrário do que eu esperava - não manifestou preferência por nenhum deles. Disse-me que podia entregar, como trabalho final, qualquer um deles, impresso e encadernado.
Ora, o pior que me podem fazer é dar escolha. Eu NUNCA sei o que hei-de escolher. Quanto mais numa situaçao destas, em que o resultado da minha selecção se vai reflectir na nota que vou ter no seminário.
Ó professora, por favor, diga-me lá de qual gostou mais....!
Ela não disse. Insistiu que gostou dos dois, porque o primeiro isto e o segundo aquilo.
Foi então que eu dei um tiro no pé: e se eu conseguisse, de alguma forma, juntar os dois?!
Força! - respondeu ela.

Tê-la-ei?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Aula única

Hoje, a professora do Seminário que fiz, que remédio, em regime de tutoria (por não se ter cumprido o mínimo necessário de 5 alunos) resolveu dar uma "aula", para que as suas duas alunas não se pudessem queixar de não terem tido pelo menos uma sessão teórica.
Fez-me lembrar aquela diversão que havia na Feira Popular, em que nos metíamos, em pé, dentro de uns espaços no interior de uma roda gigante (parecida com aquelas em que os hamsters costumam correr nas gaiolas), que se elevava no ar e girava a toda a velocidade, ameaçando levar toda a gente a deitar cá para fora o que tivesse ingerido nas últimas três horas. Um turbilhão que põe tudo a andar à roda - com a diferença de, neste caso, o "tudo" ser do domínio intelectual e não físico.
Mas tratou-se de um andar à roda produtivo, entenda-se. Apesar de ter tido dificuldade em apanhar tudo, em perceber todas as referências e todas as implicações das frases encadeadas sem pausas, numa sucessão vertiginosa, parece-me que saí de lá, mesmo assim, inspirada e com vontade de me atirar novamente aos trabalhos.
Bem haja, Professora!