sábado, 29 de dezembro de 2012

Cá estamos


Apesar do atrapalhamento das festas obrigatórias, continuo a fazer leituras. O ritmo é bastante lento, mas existe, ainda que os intervalos de inactividade sejam por vezes um pouco longos de mais.
Tenho dois livros em espera, na prateleira. Há um livro que não chega e que me está a deixar ligeiramente preocupada pelo dinheiro que paguei, talvez para nada. Contactei o vendedor, que me diz que ficou retido na alfândega, mas que deve chegar em breve. Foi há mais de um mês que o encomendei...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Iupiiii!

O meu artigo revisto e alterado por sugestão do avaliador foi aceite para publicação na revista de especialidade!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ler e transcrever... ou não

Quando a leitura é interrompida demasiadas vezes porque me ponho a transcrever parágrafos inteiros para as minhas fichas de citação, acho que estou a perder tempo. As fichas ficam óptimas, mas o tempo que levo a ler é três vezes superior ao que levaria se ficasse longe do computador. Pergunto-me se não seria melhor... acontece que, quando experimento, e mais tarde vou transcrever o que sublinhei, sinto que estou a perder ainda mais tempo, por voltar ao livro já lido quando podia ter outro entre mãos!... Se não transcrever nada, fico com a sensação de que nunca mais me vou lembrar do que li, nem vai ser possível reavivar a memória com a facilidade que as fichas permitem.
Decisions, decisions...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Good vibes

Um livro fresco dos EUA chegou há poucos dias. Outros dois estão a caminho. Estou entusiasmada e acredito que serei capaz de extrair destas leituras ideias importantes para fazer um trabalho "com caco". O sentimento é positivo. Só o tempo é que insiste em fugir-me a sete pés!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Manguel

Fantástica, inspiradora e comovente a sua História da Leitura - que tem a humildade de ser apenas Uma.
Aprendi já tanta coisa só de meia hora a passar os olhos por este livro! Por exemplo, que a expressão scripta manent, verba volant era usada para exprimir o sentido exactamente oposto daquele que lhe damos hoje.
Seja como for, estas palavras não são já tão estáticas como a escrita tradicional, porque voam pelo mundo fora, através da rede informática!...

O papão

O papão é às vezes o que eu escrevi antes e tenho medo de reler.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

nota

Não é que não tenha trabalhado nos últimos dias (tenho, mas pouco. Um poucochinho de cada vez, que no entanto é significativo, e portanto nada desprezável).
O que acontece e justifica a ausência de entradas neste suposto diário é que nem sempre me ocorrem pensamentos merecedores de nota.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Comunicação de leitura

Ontem comuniquei ao meu orientador uma leitura que estava a fazer. Não a leitura do gás ou da água, mas a leitura de uma obra teórica que ele não conhece e talvez goste de conhecer. Apreciou a referência e aconselha-me a continuar a dar-lhe notícias do que vou lendo. É um excelente método para me obrigar a resumir as ideias principais de cada livro. E dá-me mais entusiasmo saber que ele está à espera da próxima comunicação de leitura!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pensamentos cruzados


Com calma, um dia de cada vez, isto vai. É impressionante a capacidade do ser humano para, quase em simultâneo, acreditar e duvidar, imaginar-se a falhar ou a ser bem sucedido, misturando na mente emoções diversas e contraditórias a propósito de uma única situação ou experiência. À medida que leio e penso sobre a matéria que me ocupa, estou a visualizar-me a entregar a tese pronta ao orientador e, ao mesmo tempo, a dizer-lhe que vou pedir adiamento porque não consigo fazer nada!


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

(Re)começar


Quando não sei por onde (re)começar, o melhor é começar por qualquer lado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Living in the twilight zone


Tenho conseguido ler todos os dias alguma coisa útil para a tese, por pouco que seja. E sabe bem sentir esta imersão permanente no tema, como se fosse agora finalmente capaz de viver em duas dimensões ao mesmo tempo: a da vida mundana, do trabalho, da família, das tarefas domésticas, dos amigos; e a dimensão do doutoramento, a da reflexão demorada e contínua sobre o tema, que às vezes é estimulada quando menos espero, por algo que se passa na primeira dimensão.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

a minha amiga e Pilar


Um dia memorável! Fui assistir à apresentação de um livro cuja autora se movimentou em linhas semelhantes àquelas em que tenho estado a reflectir. Ouvi uma intervenção interessante e inspiradora de Viriato Soromenho Marques e, momento supreendente e inesperado, conheci Pilar del Río, que recebeu com agrado uma modesta lembrança minha (que sorte ter ali à mão uma publicação oportuna para lhe dar).
Tudo graças à minha querida colega de doutoramento, que me levou pela sua mão amiga e atenta ao sítio certo, à hora certa. Que tarde agradável, perfeita, inesquecível: a começar pela casa de chá japonesa onde lanchámos (nunca comi um brioche tão delicioso!!), onde a minha amiga me diz, como se fosse coisa pouca, que decidira lá ir, em primeiro lugar, para me ver. No fim, ainda me pagou o livro que eu quis comprar, sem ter dinheiro.
Obrigada, querida amiga! ;)

PS - E afinal até tinha dinheiro, mas tão convencida estava de que não tinha, nem verifiquei. Typical...



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Memofante precisa-se


Há uma dificuldade que me atormenta sempre que leio e tomo nota de uma ideia que me "vai ser útil mais tarde":
e se, mais tarde, eu já não me lembrar dela?

Mesmo que a registe cuidadosamente nas fichas de leitura, como é que eu vou lembrar-me de que na ficha de leitura tal, um ano ou dois atrás, registei uma ideia que é importante introduzir agora na minha argumentação?


Stop, think and rephrase


Tenho de parar de dizer que «já passou um ano e ainda não fiz nada para a tese».
Não é verdade. Li pouco, pensei pouco, escrevi pouco.
Mas o que fiz é alguma coisa e pode ter valor.
E dar valor ao que fiz é fundamental.
Eis um "diapositivo" :-)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Noutros tempos


Não há muito, eu era capaz de ler, ler, ler devotamente e depois escrever artigos, ou ensaios, para os professores das disciplinas curriculares do doutoramento.

Agora, se tivesse de sujeitar-me ao mesmo esquema de trabalho, duvido que conseguisse. Não sei como fui capaz, agora sinto que as semanas me fogem a passo de corrida. E no entanto tenho as mesmas tarefas, as mesmas aulas, os mesmos filhos, a mesma casa... como é que tudo se complicou desta maneira?

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Metacompreensão


Há dias em que sinto que o meu maior problema, quanto à investigação e à tese, nem é a falta de tempo, mas a minha incapacidade para me concentrar. Pior do que ter pouco tempo para ler é descobrir que o tempo que tenho se desperdiça em constantes releituras, porque a cada parágrafo tenho de voltar atrás uma e outra vez, porque não fui capaz de reter o conteúdo à primeira leitura. Isto acontece-me cada vez mais e faz-me levar o triplo do tempo, ou mais, a ler cada texto. Assim não vai dar!!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Preciso de paz e de tempo


É o trabalho que não me deixa dedicar-me à tese, ou é a forma como eu trabalho que não me permite fazê-lo?

As duas coisas, provavelmente.

Tenho lido, muito devagar, mas essencialmente tenho perdido os meus dias com assuntos prementes e passageiros, com distracções, com tarefas e mais tarefas que me aparecem continuamente à frente, como segundos a saltitar para fora de um relógio.
Preciso de paz e de um tempo que escorra silencioso e brando, como o leito de um rio desapressado.

Quero exilar-me numa casa no campo!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A little bit of chaos, please!



   There is an unquestioned human appetite for intensity, and though we can exist without them, intense emotions make us feel that we are living.
    Satisfaction of the human need to be bouleversé, carried “out of one’s mind”, seems to be provided for in most societies and can be traced, in theory at least, back to very early times.
Ellen Dissanayake, What Is Art For?

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Back to quiet reading :)


Humans are "something more" than animals because they do not take their world for granted on its own blind terms, but interpret it, fashion their experience of it in multitudinous and multifarious ways. Without human awareness, the world is a chip off a star, mechanically wheeling in a silent blankness.

Ellen Dissanayake, What is art for?

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Fim das férias

Ao contrário do que muita gente sente, o fim das férias é para mim o desejado regresso às "minhas coisas", aos meus afazeres. As férias sabem bem, mas são uma espécie de ilusão, uma quase procrastinação que, quando se prolonga demasiado, começa a causar angústia pelo que se vai acumulando para fazer quando o período de descanso chega ao fim.
Se fossem para sempre, as férias seriam uma prisão de tédio insuportável. E como são temporárias, quanto mais durarem pior. O trabalho que se vai acumulando do outro lado das férias é como o labor das aranhas e o assentar do pó numa casa fechada: quanto mais tempo passar, mais trabalho teremos a limpar.
Cheguei hoje e sinto-me um pouco perdida, como a melga que se vê perante um campo de nudistas: sei o que tenho de fazer, mas nem sei por onde começar!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

The reflective dimension of reading literature




The greatest gift of aesthetic response is the desire to take new responsibility, to somehow live more artfully and meaningfully in the real world.

Wilhelm & Novak

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ruído



Gostava que as minhas colegas fossem de férias. Elas bem precisam, coitadas. E assim eu ficava sossegada com o gabinete só para mim! Tenho tanta dificuldade em concentrar-me quando há vozes por perto....

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Quantos professores têm em conta que...

[...] teachers contribute much more to student learning by spending their time planning supportive instruction delivered before and during reading and writing than they do by responding to student work after it is done.

                                         Jeffrey Wilhelm and Bruce Novak, Teaching Literacy for Love and Wisdom

terça-feira, 10 de julho de 2012

Não ler livros é pior do que censurá-los...


«Joseph Brodsky said in his 1987 Nobel Prize acceptance speech, "Though we can condemn ... the persecution of writers, acts of censorship, the burning of books, we are powerless when it comes to [the worst crime against literature]: that of not reading the books. For that ... a person pays with his whole life; ... a nation ... pays with its history."»

                               From: Maura Kelly, "A Slow Book Manifesto" (The Atlantic)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Reading on...


A leitura é vagarosa, mas talvez por isso mais profícua. Os livros podem ser tratados como páginas na Internet com hiperligações: cada referência a outro texto, a um autor, a um local, a um povo, etc. pode ser explorada ou pelo menos "espreitada", como os trilhos que aqui e ali se estendem para dentro do bosque, a partir do caminho principal.
Faço isso e acabo com o livro cheio de notas à margem, de referências a coisas que descobri, até com textos literários apensos, que fui ler porque eram referidos pelos autores do livro. Assim, aprende-se muito mais. Ou um nadinha mais, considerando tudo o que falta!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Investigação & Companhia

Nunca imaginei que isto fosse possível, mas a minha filha é tão sossegada, que vem comigo para o trabalho e me deixa fazer leituras para a tese enquanto cá estamos as duas e as horas passam silenciosas e tolerantes, enquanto para lá da janela o sol desce sobre o horizonte.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Never ending book

Bolas, que este livro nunca mais acaba!!



Ou sou eu que leio extremamente devagar...?

terça-feira, 26 de junho de 2012

Recursos e mais recursos

A Internet é uma vertigem. O livro que estou a ler faz de vez em quando referência a portais úteis na Internet, pelo que vou alternando a leitura do papel com a leitura do ecrã.
Mas o ecrã é terrível, porque cada texto tem montes de sugestões de livros para ver, blogues e sites para espreitar, ligações para outras páginas, etc.
Neste momento, a minha pálpebra direita salta nervosamente e sinto-me ligeiramente perdida, confusa e assoberbada com tanta informação, e ao mesmo tempo entusiasmada, contente, satisfeita com tanta coisa que encontrei. São demasiadas emoções para mim!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pensamentos em três actos


1. Cá tenho estado, lendo e escrevendo (artigos, não a tese), embora sem dar notícias. Faço pouco, porque há muitas tarefas e distracções pelo meio, mas faço mais do que dou a entender por aqui... sobretudo, a cabeça não pára. E basta ver uma entrevista a alguém interessante na televisão (Eduardo Galeano, Suad Amiry, Karen Armstrong, António Coimbra de Matos...) para guardar uma boa ideia numa das gavetinhas do meu desarrumado cérebro.

2. Há dias, numa reunião, um senhor doutor que se parece considerar muito importante acusou-nos a todos (docentes da instituição onde trabalho) de publicar pouquíssimo ou nada, sobretudo em revistas internacionais. Pergunto-me o que terá ele publicado e, mais importante, como é que ele sabe se nós publicamos ou não.

3. Quando os meus orientadores respondem que não, nunca ouviram falar do livro ou da revista que eu menciono, parece-me sempre que, se eles não conhecem, é porque não é importante. Mas quando eles me perguntam a mim se conheço o autor tal ou a obra tal, sinto-me sempre ignorante, porque esse título é obviamente importantíssimo e eu devia conhecê-lo!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Segunda volta

   Afinal consegui! Reescrevi o artigo cuja avaliação tinha sido péssima e voltei a enviá-lo para a coordenação editorial. Imagino a cara antipática do avaliador quando o receber de novo. Fará um ar altivo e desconfiado, como quem diz «vamos lá ver o que é que sai daqui agora...».
   Independentemente de achar que esta versão é publicável, imagino que ficará satisfeito ao verificar que o texto está irreconhecível, porque eu me esforcei por seguir os seus doutos conselhos. Eliminei as citações, evitei os clichés, fiz as sugestões concretas e práticas que ele queria ver e dirigi-me ao público-alvo de forma mais adequada.
   Se mesmo assim ele não gostar, eu dou-me por satisfeita e agradeço-lhe pela excelente oportunidade de aprendizagem e aperfeiçoamento que me proporcionou.

quinta-feira, 31 de maio de 2012



We dance round in a ring and suppose,
While the Secret sits in the middle and knows.

                                          Robert Frost

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Reconhecendo finalmente o óbvio



Começo finalmente a reconhecer a relevância de uma verdade incómoda: a leitura atenta da bibliografia não é compatível com o uso do chat no Gmail...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Leituras em curso


É isso: leituras em curso. Muitas. Feitas com entusiasmo e com algum medo.
Porque os livros podem ser um bocadinho assustadores, quando olhamos para eles pela primeira vez e parece que nunca seremos capazes de apreender tudo o que iremos encontrar lá dentro.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pés na terra


Hoje foi ao contrário: recebi resposta da coordenação editorial de uma revista sobre o artigo que submeti a apreciação e o resultado, não tendo sido definitivamente negativo, é duro de roer: o avaliador assinala com uma cruz a opção de que o texto é «fraco, revelando grandes insuficiências» e explica essa escolha com argumentos vários: há muitas citações, estereótipos, nenhuma novidade, erros sintácticos e falta o que seria realmente interessante, na linha do assunto, e que se prende com a apresentação de propostas concretas e de uma argumentação mais consistente e menos presa a "clichés simplistas". Apesar de tudo, e em última análise, o artigo «tem potencial mas necessita de alterações significativas», assinala o avaliador.
As coordenadoras da revista escrevem-me o seguinte: «Queremos encorajá-la a fazer essa revisão e a apresentar uma nova versão no prazo de um mês».

O texto é, basicamente, um trabalho que fiz para avaliação num dos seminários do doutoramento. Por isso mesmo, percebo que o avaliador tenha considerado o texto desadequado para o público a que se destina - que é inteiramente outro do que foram os destinatários do trabalho.
Para já, tenho grandes dúvidas sobre a minha capacidade para fazer melhor. É evidente que preciso de fazer muito mais leituras e ter chegado muito mais longe na tese, para poder traduzi-la depois num artigo de qualidade...

domingo, 13 de maio de 2012

Pensar



Mais do que fazer alguma coisa todos os dias, o fundamental é pensar sobre o tema da tese todos os dias.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Livros

Chegaram dois livros novos, fresquinhos e diferentes. Iupii!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Thumbs up!




Dia bem positivo!

Recebo logo de manhã um e-mail a perguntar se estou interessada em apresentar uma comunicação num encontro a realizar. Era o que eu ambicionava há já algum tempo e já tenho a intervenção preparada com Powerpoint pronto e tudo! Só falta saber se aprovam o meu tema, mas estou aberta a outras sugestões, caso queiram que o altere.
À tarde tive um encontro muito agradável com o meu orientador.
Para ele, esta é a parte mais “gira” de fazer uma tese: a parte em que se aprende. Aconselha-me a não desprezar isso, a não desperdiçar esta fase, a dar-lhe a atenção que ela merece. Basicamente, não devo pensar que já devia ter avançado mais, porque não faria sentido ter escrito já um capítulo da tese. É preciso ler muito e ler leva tempo. Portanto, estar onde estou é normal e parece-lhe que tenho feito um bom trabalho.Gostou das referências bibliográficas que encontrei e de que me ocupo de momento e acha óptimo estar a publicar artigos, porque isso vai valorizar a tese.

Precisava mesmo deste voto de confiança por parte dele! Sinto-me bem.

segunda-feira, 30 de abril de 2012


Felicidade transbordante: recebo e-mail da equipa editorial de uma revista para a qual tinha enviado um artigo, propondo a sua publicação. Eis que «um elemento do Conselho de Leitura» procedeu à sua avaliação (positiva) e vai ser editado no próximo número!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Partilha


Ontem um colega perguntou-me qual era o tema do meu doutoramento. Disse-o de forma lacónica e genérica e ele, claro, quis saber mais. Como eu resisti, perguntou: «não consegues ser mais específica? Ou não queres revelar o teu tema?»
Era pura vergonha da minha parte. Receio de que ele e outra colega que estava ao nosso lado achassem o tema mau, desadequado, condenável. Quando ela se distraiu, acabei por lhe confessar a ele, que me pareceu ter uma mente mais aberta. Não só achou interessante, como passou de imediato a dar-me sugestões de aspectos que achava importante considerar. Fiquei contente, agradecida.
É bom poder partilhar com os outros aquilo que, tantas vezes, parece fazer sentido apenas dentro do nosso atormentado espírito.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Robert Probst, my newest friend

Descobri um livro interessante, a comprar e a reler com atenção. Made my day!

Diz o autor: «buying is easier than creating». Uma aparente verdade de La Palice, mas que no contexto introduz um tema abordado de forma muito clara, despretensiosa, objectiva. Uma lufada de ar fresco, considerando os textos densos de ideias mal explicadas, palavrosos e intelectualóides que tenho lido sobre o mesmo assunto.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Será que arrumar os livros (como eu sonhei com este dia!) numa estante nova também conta como trabalho para o doutoramento?!...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Todos os dias fazer alguma coisa. Já tinha escrito isto aqui, já o tinha pensado.
Mas não tenho cumprido, por isso é preciso voltar a dizer: é fundamental trabalhar um pouco na tese todos os dias, por mais insignificante que seja (ou pareça) esse "trabalho" (às vezes pode ser apenas encontrar mais uma referência bibliográfica, ter uma ideia, formular uma questão, tomar uma breve nota). O mais importante é que não se perca de vista o assunto, que a tese, por mais abstracta e vaga que seja ainda, não seja esquecida por completo durante dias a fio.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Poeminha de Homenagem à Preguiça Universal



Que nada é impossível
não é verdade;
todo o mundo faz nada
com facilidade

 

Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"
(in Citador)

Descanso

Fui para a praia com os miúdos e fez-me bem. Passei o dia a brincar com eles, sem preocupações, sem horas, sem restrições. E foi tão bom!

Às vezes também é preciso coragem para baixar os braços.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Não-sim-talvez

Não estou a trabalhar para o doutoramento, mas estou a trabalhar para o doutoramento.
Percebe-se?
Não faz mal.
Hoje, de qualquer maneira, não é dia. Ou melhor, não é dia, mas pode ser dia. É dia de vir para o emprego e trabalhar para o doutoramento, se for possível, porque estou sozinha no gabinete. Percebe-se?
Não faz mal.
Em todo o caso, de certo modo, estou a trabalhar para o doutoramento, ainda que indirectamente. Estou a reflectir sobre uma questão-chave para a tese, mas resolvi escrever um artigo, para arrumar as ideias. Não serve para incluir na tese, mas serve para arrumar as ideias. Percebe-se?
Ainda bem!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Limbo

Férias da Páscoa: o desafio de ter as crianças por perto e não me enervar. Enquanto houver tempo, há tempo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Papão

A bibliografia é decididamente o meu bicho-papão. Cresce desmesuradamente, ameaçadora e caótica, e faz-me sentir insignificante e impotente.

quarta-feira, 14 de março de 2012

( *%&#» )

Decidi trancar-me no gabinete onde trabalho, para que uma colega particularmente faladora não me viesse incomodar e eu pudesse fazer hoje alguma coisa para o doutoramento.
Quando ouvi os passos dela a subirem a escada e a baterem à porta, não fui capaz de ficar quieta. Levantei-me e fui abrir. Porquê?
Porque sou estúpida.
Disse-lhe que me tinha trancado por distracção e ouvi-a durante meia hora sem a ouvir. Senti-me estúpida, estúpida, estúpida.
Hoje odeio-me. Mesmo. Merda. Para não dizer pior.

terça-feira, 13 de março de 2012

Grão a grão...

Uma amiga igualmente desesperada por falta de tempo no dia-a-dia para o doutoramento sugere que escrevamos a tese ao ritmo de uma frase por dia.

Talvez resulte...

quarta-feira, 7 de março de 2012

semanário quando muito

Isto de diário tem muito pouco...

Hoje faço tudo menos concentrar-me no que é importante. Fujo da tese que ainda não é tese, por medo de ter de reconhecer que de tese não tem nada.
Não me consigo organizar, disperso-me, o método foi dar uma volta.
Sinto-me como o mosquito no campo de nudistas: sei o que fazer, mas não sei por onde começar.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lost in savings

Estou confusa e perdida entre ficheiros. Ora trabalho no emprego e uso a pen-drive para guardar os ficheiros, ora trabalho em casa e guardo os ficheiros no computador. Nesta alternância, já não sei qual é a última versão de cada ficheiro...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Fantasmas

O dos orientadores substituídos.
O da minha incapacidade.
O da minha preguiça.
O do excesso de trabalho.
O da falta de tempo.

Ora vejamos:
o primeiro vai atormentar-me até ao fim dos meus dias, mesmo depois de ter a tese feita e defendida. Logo, não vale a pena preocupar-me demasiado com ele.
O segundo e o terceiro contradizem-se e anulam-se reciprocamente (se não sou capaz, não há esforço que valha a pena; se sou preguiçosa, é indiferente que seja capaz ou não), portanto, valem por um só.
O do "excesso de trabalho" é, também, incompatível com a preguiça. Se a assumo, não há trabalho que me preocupe. Se me ocupo do trabalho, venço a preguiça. Fica só este.
Falta de tempo é o que temos todos para viver. Até ao lavar dos cestos é vindima, pelo que só poderei dizer que não tive tempo suficiente se, em Janeiro de 2014, não tiver conseguido acabar a tese. Até lá, fico com o tempo que existe e com o trabalho todo que aparecer. Serve perfeitamente.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Upa!

O meu coração bate com mais força assim que as coisas começam a correr bem. O meu entusiasmo salta cá dentro, faz-me levantar da cadeira e andar pela casa aos pulinhos. Sinto-me como se fosse uma lebre no primeiro dia de Primavera. Só quero fazer isto e mais nada, quais férias de Carnaval, qual Algarve. O ideal era que fossem todos e que me deixassem aqui, no meu bosque, no meu pequeno mundo.

Isto só pode significar que tenho, pelo menos, o gosto e a dedicação necessários para andar com isto para a frente.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ora...ora

Acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; acredito / não acredito; ...

Deve acontecer a toda a gente.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A grande verdade

«Queres que eu te diga o que eu acho?», perguntaste-me. «O que eu acho é que se tiveres só um dia por semana para isso não vais fazer doutoramento nenhum.»

Nem mais.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Leituras com pó

Estou a ler artigos de 1999. Hesito, porque têm mais de 10 anos. Mas fazem-me reflectir e aprender. Não posso fingir que não são relevantes, porque são, apesar de datados.
Um dos dilemas do doutorando: ler ou não ler, eis a questão...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Para que se saiba:

estou completamente perdida neste círculo vicioso, em que ando há tempos às voltas sem sair do lugar. Não posso ser ajudada por ninguém, tenho de sair daqui sozinha. E não sei como.
O desespero é total.
Pode parecer parcial, mas é total.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Balanço do dia

Já são 19h.30m., tenho os filhos em casa, são quase horas de jantar, mas continuo agarrada à tese como se tivesse de acabar este capítulo antes da meia-noite. É bom, o balanço de hoje seria positivo, mas isto causa-me ao mesmo tempo uma grande frustração, porque o tempo não chega, nunca chega, para estar calmamente a trabalhar.
Claro que não posso queixar-me: fui jogar ténis de manhã, desperdicei mais de uma hora no almoço e perdi tempo várias vezes ao longo do dia. Mas agora apetecia-me continuar, agora é que me apetecia continuar. Rrrrrrr.

E por causa desta e de outras frustrações é que bati com a mão no roupeiro com toda a fúria e fiquei com um hematoma horroroso. Decididamente, sou um bicho muito complicado e às vezes detesto-me por isso. Como hoje.
Almoço fora com direito a vinho quyebrsaa um bcaddiinnnho o ritemo,...... massss sabe bem, pa desaanuviaaaer"!

(Hoje houvve troccca de dia das emana: em x de sexta, o dia da tese foi terçça). Hic!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Dias assim

Dias assim valem o preço que custam!
Mergulhei nisto logo de manhã, não sem antes ir fazer uma caminhada, para acordar. Um pouco tropegamente, sem saber muito bem por onde começar, como sempre à sexta-feira, mas lá fui abrindo caminho neste mar desconhecido e traiçoeiro.
Parei para um agradável almoço e voltei assim que pude para colar o rabo à cadeira e para alternar os olhos entre o monitor e os livros. Fui buscar os miúdos à escola, mas deixei tudo ligado e aberto, talvez me apetecesse continuar mais tarde, quando eles fossem dormir.
Deitei-os e voltei, com uma vontade arrefecida, mas ainda existente. Reengrenei e, coisa espantosa, embrenhei-me de tal modo que verifiquei, com espanto, que a meia-noite chegou sem eu dar por isso!

Claro, fiz outras coisas pelo meio, nem sei trabalhar de outra maneira. Mas a esta hora, como tenho pouca esperança de que o tempo me renda, dou-me ao luxo de manter o FB ligado. Daí o meu espanto: mesmo assim, rendeu. Óptimo sinal!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Boa notícia

Alguém falou com ele e ouviu-o dizer que acha que eu vou fazer uma boa tese e que já encontrei o caminho. São mimos destes que me dão alento!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sexta-feira e... ?

Levo a semana a ansiar pela sexta-feira, que é o meu único dia de paz para me dedicar em exclusivo - ou quase - à tese. Mas quando ela chega sinto-me perdida e ansiosa, não sei bem como gerir o tempo, o que ler primeiro, por onde atacar o bicho.
Vou-me aproximando devagar, como quem não quer a coisa, só me falta assobiar para o lado.
Abro ficheiros, inteiro-me de como está a situação, desde a semana anterior. Está tudo na mesma, que pena... não tive nenhum acesso de sonambulismo inspirado.
Leio umas coisas quase ao acaso, lá me vou embrenhando no mato.  A certa altura, sem dar por isso, estou a caminhar num trilho que se vai abrindo cada vez mais.
Piso o chão com força, não vá ele sumir-se.
Começo a entusiasmar-me e...
... são horas de ir buscar os miúdos à escola!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Avanti!

Nova troca de e-mails ainda na sequência da apreciação do meu novo ponto de partida, confirma-se que estou a ir bem. A última palavra do orientador foi Avanti!
Toca encontrar tempo e espaço para trabalhar nisto de forma sistemática e metódica. Não há desculpas que sirvam para protelar o que tem de ser feito... e bem feito!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Tentar a serenidade

as palavras que vão surgir sabem de nós o que nós não sabemos delas.

                                                          René Char (poeta)