quinta-feira, 31 de março de 2011

O peão das nicas

Professora telefona-me muito admirada, porque eu nunca mais lhe disse nada sobre a situação da inscrição da minha tese num centro de investigação.
Desculpe? Mas eu fiquei de lhe dizer? - pensei para comigo. Parece que sim, mas não percebo muito bem porquê. Pelos vistos os orientadores, a coordenadora e o director do departamento (responsável pela unidade de investigação em que fui aconselhada por eles a increver a minha tese) - embora trabalhem todos juntos (no mesmo departamento e no mesmo centro de investigação) não comunicam entre si. E depois a culpa é do aluno... santa paciência!

domingo, 27 de março de 2011

Banho-maria

Não tenho feito nadinha.
Para a tese, claro. Para as aulas tenho feito muito. E com gosto. E com sentimento de culpa, porque me parece que me empenho mais e mais, para gastar mais tempo, de forma a que este não me sobre para tocar no papão...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Encontro sobre o tema

Aventuro-me esta noite a ir até outra cidade, a 200 km, para assistir a um encontro sobre um tema directamente relacionado com a minha tese, que decorrerá durante os próximos dois dias.
Estou satisfeita por ter tido a coragem de deixar a família (sou TÃÃÃO importante aqui em casa, não sei como sobreviverão sem mim!) e o conforto das coisas conhecidas, para ir sozinha ouvir pessoas desconhecidas durante horas a fio. Vou deitar-me só, acordar só, tomar as refeições sem companhia, deambular por espaços estranhos durante intervalos que vão parecer intermináveis sem trocar dois dedos de conversa com ninguém.
Vai-me fazer bem.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Interlúdio burocrático

A burocracia arrasta-se penosa e desnecessariamente, criatura indesejada e grotesca.

Só um dos profes é que me enviou prontamente a sua declaração por e-mail, num pdf assinado, impeque.
Quando aos outros três, professora e professor (futuros orientadores), mais coordenadora do curso, diziam que me enviavam por correio, que a deixavam lá na semana passada, que me enviariam e-mail, etc. Mas nada. Até agora, tenho zero dos três papéis a entregar amanhã.

Quanto ao projecto, que assim se chama o trabalho final de curso após a respectiva defesa, não sei se lhe fiz as devidas alterações ou não, mas começo a sentir-me a borrifar. Os orientadores não se pronunciaram. E, afinal, já recebi a nota...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Continuar

É fundamental não perder o ritmo, fazer todos os dias alguma coisa, nem que seja ler duas ou três páginas. Digo eu.
Alguém disse que as teses não se fazem com a cabeça, mas com o rabo: ou com o tempo e a capacidade para o manter sentado na cadeira...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Já está

Já me livrei desta, pelo menos! A arguente foi muito simpática, gostou do trabalho, levantou uma questão fácil de responder, o orientador acrescentou ideias interessantes para a tese e estava tudo a correr lindamente, até que a presidente do júri, coordenadora do curso e minha tutora por uns meses, me teceu algumas críticas (não ao trabalho em si, mas que devo ter em séria conta para a tese) e manifestou desagrado pela forma como me cingi a citar, a enunciar opiniões sem as questionar, sem as desconstruir... enfim. De repente senti-me a levar nas orelhas da pessoa de quem menos esperava tal ensaboadela, mas a verdade é que a discussão do trabalho visa, precisamente, dar conselhos ao doutorando no sentido de o alertar para aspectos importantes a ter em conta quando redigir a tese.
Engoli em seco e tentei defender-me, mas senti que não havia volta a dar.
Levei um 17 e saí feliz e aliviada. Acabou, posso respirar tranquilamente por mais uns meses. E melhorar, melhorar, melhorar.

terça-feira, 1 de março de 2011

Véspera da defesa

Estou calma, mas apreensiva. É possível, sim.
Tenho a cabeça cheia de pensamentos, frases soltas, pedaços de argumentos, farrapos de justificações, nomes e títulos soltos, citações que poderão vir a propósito.
Estou a tomar duche como se tivesse levado um livro para a banheira, acordo com a sensação de que já estava acordada há muito tempo, porque o cérebro estava ocupado em raciocínios.
Cheguei à conclusão de que não era bem este o plano da tese que queria defender amanhã, mas agora tem de ser. Sei que sou capaz de argumentar como se fosse a coisa mais importante e lógica do mundo, mas já não acredito completamente nele e isso incomoda-me ligeiramente.