quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TAKE 3, 1.º encontro

Agora espero que seja de vez. Encontrei-me com o meu novo orientador para falarmos sobre o projecto. Não gosta dele, diz que não é um verdadeiro projecto, porque não existe nele uma tese propriamente dita.
Vai ser preciso ler mais e diferente, pensar mais a fundo, encontrar uma ideia verdadeiramente original, que sustente a proposta que quero apresentar. De outro modo, há apenas uma vontade, uma "fixação", mas a "tese" será apenas burocrática e... um suicídio, no que respeita à prova de defesa.
Para ter uma tese é preciso que haja "caco", uma boa ideia que seja defensável. Ele explicou isto melhor, claro, mas para registar aqui serve dizer apenas isto: o que fiz até agora é manifestamente insuficiente como ponto de partida.

Ora já valeu a pena a mudança de orientador, certo?

sábado, 22 de outubro de 2011

RESCALDO

De volta à faculdade, encontrei o co-orientador, a quem puxei eu mesma as orelhas, porque com esse não tenho obrigação nenhuma de ser meiga. Ainda estava, afinal, à espera de resposta a uma mensagem que lhe enviei pelo Facebook (aos mails não respondia) em Agosto e que tenho a certeza de que ele viu. Primeiro ainda tentou dissuadir-me: «veja lá... já é a segunda vez que muda de orientador...» mas depois ouviu-me calado, porque admitiu que eu tinha razão: muito sucintamente, a orientação dele era igual a zero.

Tive de pedir ao director do departamento que assumisse, então, aquilo que tinha dito. Estava realmente disposto a orientar-me? Então que me orientasse, por favor. Os meus orientadores não tinham tempo para mim e se ele concordava que quem não está satisfeito deve poder escolher outro, então que fosse o meu outro. Que sim, que queria ler o meu projecto para ter a certeza, mas em princípio sim.


Havia, na minha vontade de mudar de orientador, uma certa razão. Mas não se faz o que eu fiz, pelo menos a ela, que sempre demonstrou boa vontade e profissionalismo, sem considerar a falta de tempo. Não se faz, a menos que se queira fomentar inimizades. Nesse aspecto, eu dei um tiro no pé, ou, como disse depois um amigo, enterrei os pés até ao pescoço.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

BOMBA

Foi como se tivesse levado uma bomba para a faculdade, para a fazer explodir na cara da minha orientadora.
Lamentei-me junto do director do departamento, que conheço há 20 anos e por quem tenho uma grande estima, de que ela não tem tido tempo para me orientar e de que o co-orientador me ignora, como se eu não existisse. Sem ser completamente a sério, perguntei-lhe a certa altura se me orientaria, porque estava descontente e desorientada. E ele disse que sim.
Eis que se me faz clique dentro da cabeça. E se... ?
Ele nem me dá tempo para raciocinar: «ela vai ali!»
Saí a correr, para a apanhar. Esperei que ela acabasse de conversar com alguém e finalmente pude abordá-la.
«Nem tenho tido tempo para lhe dizer nada, mas não preciso de lhe dar explicações, não é verdade?» - começou ela, deixando-me boquiaberta. Ai não?, pensei. Por acaso acho que até devia...
Então, não pude evitar, saiu-me: disse-lhe que, se via que não tinha tempo para me orientar, eu podia mudar. Que o director do departamento estava disposto a assumir a tarefa, se ela não a quisesse.
Ela respondeu que eu estivesse à vontade para tomar essa decisão, que ficava ao meu critério. «Mas quer orientar-me?» - Perguntei. E ela respondeu que sim.
Então pedi-lhe que marcássemos uma reunião e que ela lesse o que tenho andado a escrever.
Só daqui a um mês, foi a condição dela... antes disso, (como sempre), não tinha tempo.
Depois de nos separarmos ela ficou a matutar naquilo. Chegou à conclusão de que tinha sido uma conversa muito desagradável e telefonou-me ao fim da tarde, para me dizer que estava muito incomodada e que sentia que não tinha condições, a partir dali, para me orientar.
Basicamente, fui uma besta. E chorei.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

IMPORTANTE

Beber vinho ao almoço não é recomendável quando se pretende trabalhar para a tese durante a tarde.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Levitação

Gosto da sensação de total imersão na leitura e na escrita, que faz de mim um ser etéreo, sem corpo nem noção do tempo, como se de repente tivesse passado a existir numa outra dimensão, onde só há espírito e o espírito pode concentrar-se exclusivamente na ideia que lhe interessa perseguir.

Do físico só tem de haver um computador e dedos ligados ao espírito, claro, para que fiquem registadas as brilhantes conclusões a que nesse estado se chega!

:-S

Faz hoje duas semanas e a orientadora ainda não me deu qualquer resposta.
Comecei a escrever-lhe um e-mail em que perguntava qualquer coisa como «já teve oportunidade de ler o meu e-mail anterior?». Mas desisti. Para quê?
1. Ela vai ficar aflita e pedir desculpa, justificando-se com os seus inúmeros afazeres. 2. Eu já sabia que ela não iria ter muito tempo para mim (foi por isso que começou por declinar a proposta de me orientar!). 3. O que é que eu quero, ou preciso, neste momento, que justifique o envio de um terceiro e-mail? Não posso continuar o trabalho sem ter a resposta ao que lhe perguntei? Posso.

Tudo o que eu queria, já percebi, era apenas alguma atenção. E não é para isso que serve um orientador.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bolas :(

É um nadinha frustrante chegar ao fim do dia, quando se tinha a intenção de dedicar pelo menos o período da tarde ao trabalho para o doutoramento, e verificar que, afinal, o tempo não deu para lhe dedicar nem um minuto.
C'est la vie...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Devagar se vai... a algum lado.

Posso fazer muitos planos, ter grandes expectativas, e acabar por conseguir fazer muito pouco num dia que poderia (deveria!) ter rendido muito.
Mas se fiz alguma coisa dou-me por feliz. Se escrevi um parágrafo, mais ainda. E se ele me parece bem, tanto melhor!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Esperar sem desesperar

E-mail enviado.
À minha orientadora, só para lhe dar conta da situação em que estou. Eram apenas algumas linhas e não enviei nenhum anexo, mas ela respondeu uns dias depois a dizer que iria lê-las com atenção no fim-de-semana e depois me diria qualquer coisa.
Faz hoje uma semana.
Tranquila...
Há muito que fazer e não me perco sem bússola.
Acho.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ler e transcrever

Leio e transcrevo, leio e transcrevo. Parágrafos, páginas quase inteiras. Isto há-de servir para alguma coisa, espero. Leio e vou transcrevendo. Acumulo e colecciono citações. Pouco mais posso fazer, por enquanto. Calma.