sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Finalmente... atei a última ponta solta



Lá fui, ontem, à Reitoria, para entregar a versão final correta da tese, desta vez com a Nota Prévia, que afinal faltava em todas as versões que imprimi anteriormente, incluindo as que o júri recebeu.
Custa-me pensar que, provavelmente, ninguém vai agora ler aquelas quatro páginas. Para mim é fundamental que lá estejam, não só porque desde sempre vinham mencionadas no índice, mas sobretudo porque é nelas que explico como surgiu a ideia de escrever aquela tese e o que ela significa em termos pessoais.
No meu entender, são as melhores páginas do todo. E decerto as mais fáceis e agradáveis de ler.
E acreditam que, distraída como sou, quase saía de lá sem levantar a certidão? Se a funcionária não me tivesse perguntado se já a tinha ido buscar («não me lembro... acho que não!»), ainda teria de lá voltar, quando desse conta de que o papel, pago a peso de ouro, ainda não estava nas minhas mãos.
Às vezes fico verdadeiramente admirada ao constatar que, sendo tão aluada, mesmo assim consegui chegar até aqui!


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Obrigada e adeus... ou não!


Já que não lhe agradeci formalmente na própria tese - embora o tenha feito na defesa - ontem convidei o meu orientador para jantar lá em casa, juntamente com uma amiga comum.
Foi uma ocasião de convívio bastante agradável, que além de ter funcionado como um agradecimento, também parece marcar o término da nossa história conjunta.
No entanto, tenho esperança de que assim não seja. Gosto de pensar que ainda terei oportunidade de trabalhar com ele ou para ele, o que não é descabido porque, ao despedir-se, ele próprio referiu que em setembro me contactará por causa de um projeto qualquer.
Espero que não se esqueça!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Ups


E não é que me apercebo de que provavelmente faltam 4 páginas (a "Nota Prévia") na versão final da tese (tanto impressa como digital) que entreguei na Reitoria?!
Só eu...
Resta-me escrever e-mail para lá a pedir que confirmem e que me deixem substituir os exemplares entregues por outros devidamente corrigidos e aguardar resposta.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Para que serve uma carta doutoral?


É esta a pergunta existencial que me atormenta hoje o espírito, desde que tomei a decisão espontânea e provavelmente estúpida de pagar 153 euros por um papel de nome pomposo, que me perguntaram na reitoria se iria querer, juntamente com a certidão do doutoramento, cujo módico preço se fica pelos 50 euros.
A pergunta na realidade desdobra-se em duas: 1) "porque é que eu decidi pagar para ter uma "carta doutoral" que não era obrigatório requerer?" (E a resposta, para não ser "porque sou estúpida", depende, naturalmente, de uma resposta justificativa à segunda pergunta: "afinal, para que serve esse papel vendido a peso de ouro?"
Por favor, não me digam que é apenas para emoldurar...!

 

Surprise!

Eis que a Direção da Escola onde trabalho se organiza para me oferecer um almoço-surpresa, por ter concluído o doutoramento. Circulou um e-mail para que se pudessem inscrever todos os colegas interessados em estar presentes, e supostamente eu iria ser surpreendida na hora em que me conseguissem encaminhar para o restaurante, se não fosse o facto de, naquele dia, eu não estar a contar aparecer senão à noite, para cumprir o meu horário pós-laboral. Assim, a minha chefe teve de me confessar, com alguma pena, que se preparava a tal surpresa, pois a mesa estava marcada e eu insistia em não estar disponível para ir àquela estranha reunião que ela insistia em agendar para a uma da tarde!...
Acabei por levar marido e amiga (ex-colega), com quem tinha combinado almoçar naquele dia, e juntamente com os outros convivas passámos um momento bem agradável, apreciando as deliciosas iguarias preparadas pelos alunos de Hotelaria, no restaurante pedagógico do campus. O único (pequeno) senão foi o calor lá dentro, que conseguiu ser superior ao do ar lá de fora.
Obrigada, chefe!
E já que estamos em maré de simpatia e generosidade... que tal reverem o valor miserável do meu ordenado?!

sábado, 6 de junho de 2015

Defesa indefesa

Entreabrindo a porta da sala, o orientador cumprimentou-me, parecendo aliviado por eu ter aparecido a horas. Perguntei, ingenuamente, se os outros membros do júri já tinham chegado. "Claro que já chegaram, já tivemos uma reunião", esclareceu ele, divertido com a minha ignorância destas situações. Depois disse que se ia "só vestir" e que já me chamavam. Fiquei admirada, pois não pensei que haveria essa formalidade ali - pelo menos não me recordava de ter visto o júri de beca na última defesa a que assistira.
Mas não tive muito tempo para pensar nisso, claro. Daí a nada fui convidada a entrar na sala - e expressamente instruída a fazê-lo antes, e não depois, dos membros do público (marido, pais, irmã e uma amiga). Os ilustres membros do júri ali estavam, sentados, e observaram-me com interesse, enquanto eu me dirigia ao meu lugar. Pareceu-me que um deles me olhou com genuína surpresa, como quem acha que a figura não condiz com a escrita. Sentei-me, tirei a tese da pasta e coloquei-a em cima da mesa, pus umas folhas A/4 à minha frente, bem como a caneta, e pousei a mochila no chão. A Presidente, que foi minha professora há vinte anos, convidou-me a fazer a apresentação da minha tese, no máximo em vinte minutos.
Cumprimentei os membros do júri, o público e o orientador, agradecendo-lhes por diferentes razões. Quase de imediato, senti a saliva a desaparecer-me da boca como que por magia. Parecia que tinha engolido um deserto inteiro. Felizmente, havia uma garrafa de água e um copo na minha mesa, mas eu não podia, pelo menos para já, começar a servir-me. Continuei a desbobinar a gravação com a naturalidade possível, sentindo-me segura e feliz por estar finalmente a deitar cá para fora aquele discurso tantas vezes ensaiado, pela última vez. A dada altura, achei que já podia abrir a garrafa. Admirei-me ao perceber que a minha mão esquerda tremia ligeiramente, enquanto vertia a água no copo. Fluida, pausada, mas sem hesitações, a minha apresentação da tese prosseguiu em modo de piloto automático, até que, antes de concluir, perguntei se estava a ultrapassar ou não o tempo estipulado. Faltavam quatro minutos, mesmo o que era preciso para eu acabar. E acabei.
O primeiro arguente foi convidado a intervir. Fez alguns elogios, mas depressa enveredou pela crítica cada vez mais contundente, acusando-me de abusar das citações, de escrever com um grau e um tom de crítica aos outros demasiado forte, falho em civilidade académica, de ser demasiado segura das minhas opiniões, como se só eu e a minha autora preferida fôssemos detentoras da razão. Estava claramente zangado comigo por eu ter citado o seu trabalho para o criticar. Desdenhou a forma como terminei a conclusão da tese, alegando que aí se via como eu era radical ao ponto de ser insensata.  Respondi-lhe com serenidade, acatando os seus juízos e agradecendo por me ajudar a crescer e a melhorar o meu trabalho. Mas refutei algumas das críticas e expliquei porquê. Penso que fui clara e convincente, pelo menos vi na expressão dos outros membros do júri alguma concordância com o que eu dizia. Dispensei os poucos minutos que me restavam para me defender, se o arguente estivesse de acordo, e andámos para a frente.
O segundo arguente foi mais simpático e menos defensivo, apesar de ser coautor do outro, na obra por mim criticada. Mas leu as suas seis extensas e rebuscadas perguntas, sugerindo que eu escolhesse quatro, instrução que eu ignorei, pois o orientador tinha-me dito que só teria de responder às que eu entendesse e para as quais, naturalmente, tivesse resposta. Comecei por explicar que o facto de ter lido relativamente depressa as suas longas perguntas tinha dificultado a minha apreensão das questões. Por isso, iria responder na medida do possível àquilo que fora capaz de captar. Ele aceitou com aparente agrado as minhas explicações. Também me abstive, quando terminei as respostas que consegui improvisar, de usufruir do tempo que me restava.
O terceiro arguente era aquele de quem eu esperava menos elogios, e foi afinal o que falou do meu trabalho com mais apreço e entusiasmo. Fiquei intensamente feliz quando o ouvi dizer que o último capítulo era o que mais lhe tinha tocado, pois é também o meu preferido, aquele que eu acho mais original e que para mim valeu mais a pena escrever. Fiquei igualmente agradada com o facto de ele ter achado que o terceiro era o menos feliz, o menos investido, porque eu sentia isso mesmo. E fiquei exultante quando ele resolveu contradizer o primeiro arguente, sustentando que a minha conclusão terminava da forma certa: assumindo o risco que era inevitável assumir. Estava eu nas nuvens, entre o alívio de saber que dali para a frente já não haveria nada a temer, e a alegria de ouvir tantos elogios ao meu trabalho, tomando notas das perguntas e das respostas que lhe poderia dar logo a seguir, quando ele me atira a última questão e eu a apanho como uma flecha que me acerta mesmo em cheio no coração: porquê um romance e não a poesia? Se eu até escrevi uma tese de mestrado sobre poesia...
Era fácil responder com lógica e serenidade. A razão era óbvia e não me custaria nada explicá-la de modo a que todos assentissem com a cabeça e pudéssemos avançar. Mas foi isso o que eu fiz? Não. A voz embargou-se-me, mal comecei a responder àquela pergunta aparentemente inócua. Em poucos segundos percebi que era inevitável: ia começar a chorar. E foi isso mesmo que aconteceu. Chorei de emoção, a partir daí, sempre que me referi ao romance que escolhi apresentar na tese, e eles ficaram especados a observar-me, decerto espantados com a minha quebra repentina. Onde estava aquela mulher tão serena e tão segura? Por que raio havia sido de repente substituída por uma rapariguinha emotiva, agarrada ao lenço que o marido lhe passou, de lágrima fácil e voz trémula? Poderia um texto fazer aquilo? Claro que sim. E ainda bem que aquele arguente, minutos antes, se havia referido à importância da reação emocional, da perceção sinestésica, da experiência imediata e sensorial da literatura. Eu era, afinal, a prova viva de que "a literatura faz coisas às pessoas"... como disse depois o orientador.
Daí para a frente, não houve mais perguntas, apenas elogios. Senti-me como uma pateta alegre, de olhos vermelhos e sorriso parvo, enquanto o quarto elemento do júri, uma professora que eu conhecia mal, e depois o orientador, me felicitaram por diversas razões. Só o primeiro arguente se manteve sempre sério, sabe-se lá com que pensamentos a ocuparem-lhe o espírito.
Quando o meu orientador se referiu ao incidente ("acho que nunca vi ninguém chorar de emoção durante as provas de doutoramento...") e insistiu no "mistério" que levou a que aquele romance me tivesse afetado de tal maneira, tentei explicar que o motivo provavelmente se prendia com o facto de terem sido muito especiais para mim os anos em que esse texto, juntamente com outros, foi alvo de atenção nas aulas de literatura que eu nunca mais pude dar e que recordo com imensa saudade. É caso para dizer que a emenda foi pior do que o soneto... quanto mais tentava explicar-me, mais a emoção tomava conta de mim. Mas consegui reunir calma suficiente para poder terminar esclarecendo que, ao contrário do que o orientador declarara ("fez a tese em condições difíceis, sem bolsa, trabalhando a tempo inteiro, nunca se queixou, sempre cumpriu os prazos"), na verdade eu tive muita sorte e não podia senão ter cumprido os prazos, visto que contei com a ajuda dos meus pais, como patrocinadores, e dos meus patrões, que me deixaram escrever a tese no horário de trabalho.
Fomos então convidados a sair para que o júri pudesse deliberar.
Ainda esperámos uns dez ou quinze minutos, conversando animadamente, rindo, comentando o sucedido, procurando perceber o que me levara a deixar saltar a tampa da caixa das emoções. Lentamente, fui descomprimindo o corpo e a mente. Quando voltámos para dentro, estava já calma outra vez. A presidente sorriu e revelou o veredicto do júri, dando-me os parabéns. Agradeci e fiquei parada, aliviada, apreciando o momento sem pressa, sem pensar. Mas a Secretária veio dizer-me que devia ir cumprimentar os elementos do júri. Levantei-me e fui, sem saber muito bem a quem me dirigir primeiro, nem como proceder ao cumprimento. Mas eles foram saindo de trás das mesas por ordem e ofereceram-me a cara, não a mão.
Terminados os cumprimentos, o meu marido perguntou se podia tirar uma fotografia. Claro, vamos lá então. Como é que ficamos? Assim? Está bom. Parámos e sorrimos, suspensos no espaço e no tempo, por uns breves instantes. Nada a ver, tudo a ver.
Lá estamos todos, para a posteridade. Pelo menos para a minha. Com ou sem fotografia.











quinta-feira, 4 de junho de 2015

Simulação


Acabo de fazer a apresentação da tese, sem ler, sentada (pela primeira vez, pois antes fi-lo sempre durante os meus passeios na rua) e demorei exatamente vinte minutos. Tenho a impressão de que nem vale a pena treinar mais, acho que está tudo bem ensaiado. Se falar amanhã assim, como falei agora, a apresentação correrá lindamente. O pior será o resto, claro. A partir do momento em que me comecem a fazer perguntas, não há treino que me valha, será preciso improvisar... Mas se conseguir causar boa impressão com o meu discurso inicial, talvez consiga convencer o júri - e a mim própria - de que estou bem segura dos meus sólidos argumentos!



quarta-feira, 3 de junho de 2015

Apresentação da tese


Acabo de escrever o texto da apresentação da tese, que naturalmente não irei ler.
Escrevi-o sobretudo porque isso me vai ajudar a fixar o conteúdo, mas também porque assim poderei mantê-lo: fica para a (minha breve) posteridade, como recordação desse dia tão importante.
Vou ser a primeira a falar e terei de falar de cor, por isso não fica bem vacilar, andar à procura das palavras certas, tornar-me incoerente por falta de preparação.
Se o meu discurso for incoerente, terá sido por excesso de preparação!


terça-feira, 2 de junho de 2015

A assistência

Quando defendi a tese de Mestrado, não quis lá ninguém. Por vergonha ou receio de que testemunhassem a minha desgraça, caso corresse mal, escondi de quem pude a data da prova e obriguei os que sabiam qual era a prometerem que só lá iriam quando tudo acabasse. Hoje, recordo com remorsos a imagem dos meus pais a chegarem, como o meu querido avô, para me virem cumprimentar à porta do auditório, quando eu saí. Tenho tanta pena de não os ter deixado assistir...
Obviamente, não vou voltar a cometer esse erro. Desta vez, convidei toda a família e amigos que quiserem assistir, e quase, quase avisei os alunos de que iria defender a tese na sexta-feira, caso quisessem aparecer. Mas não o fiz, pela mesma vergonha e pelo mesmo receio de antes, misturados com a convicção de que se iriam aborrecer de morte durante aquelas duas ou três horas.
Ontem perguntei a uma "amiga" se não queria ir, imaginando que ela, estando também a pensar doutorar-se, teria interesse em assistir. Ela recusou prontamente, explicando-me que quando um dia defendesse a sua tese também não quereria fazê-lo na presença de amigos ou familiares. Fiquei um pouco confusa com a razão apresentada e esclareci: «mas eu quero ter lá pessoas amigas e conhecidas!». Disse-lhe que achava que isso seria bom, pois naturalmente ficamos mais à vontade quando falamos perante as caras sorridentes de pessoas que sabemos que acreditam em nós e nos apoiam, mesmo se falharmos. Mas ela não respondeu «Ah! Nesse caso, terei todo o gosto em ir!». Depois percebi porquê, claro.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Bons conselhos para a defesa da tese

Hoje houve encontro com o orientador para preparar a defesa. Ou melhor, para que ele me pudesse dar alguns bons conselhos relativamente à prova. Registo aqui os que me pareceram mais importantes:

- tome nota de tudo o que os membros do júri disserem no lado esquerdo de uma folha e, à direita, vá escrevendo as respostas para depois lhes dar;

- não tem de responder a tudo nem pela mesma ordem: fazer isso é ficar na defensiva e agir de forma demasiado submissa, o que não abona em seu favor;

- lembre-se que o seu papel não é defender-se, como se o júri estivesse a atacá-la. A tese é sua, e eles é que estão a reagir a ela;

- se lhe fizerem perguntas despropositadas, por exemplo sobre a formatação da bibliografia, pode repor o foco da conversa na tese: é ela que importa e só se justifica que a façam responder a perguntas que sejam sobre a tese em si.




terça-feira, 19 de maio de 2015

Fazer ou não fazer uma errata? Eis a questão...

Comecei esta semana a reler toda a tese, para que tudo esteja mais "fresco" no meu espírito no dia da defesa. Inevitavelmente, foram-me saltando à vista gralhas diversas - umas terríveis, outras menos graves - que deviam ter sido detectadas e corrigidas antes de ter imprimido a versão final. Ontem comentei isso mesmo com uma colega e mencionei que estava na dúvida sobre se deveria ou não fazer uma errata para entregar aos membros do júri no dia das provas. "Claro! Deves fazer uma errata!" - foi a opinião imediata dela. Mas eu fiquei na dúvida... e enviei um e-mail ao meu orientador a perguntar-lhe o que achava. A resposta não me surpreendeu: «não vale a pena errata nenhuma. Corrige depois e não fala disso se ninguém falar».

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Treino


Tenho andado a apresentar oralmente a tese, em surdina, enquanto faço as minhas caminhadas de fim de semana.
Aos sábados e aos domingos, assim que saio de casa, cumprimento os membros do júri e faço uma sinopse do meu trabalho, desde as convicções que lhe serviram de ponto de partida até às conclusões a que me permitiu chegar. Demoro cerca de meia hora a dizer tudo - umas vezes de forma mais completa e rigorosa, outras de maneira mais distraída e superficial.
Parece-me que é um bom treino para ser capaz de o fazer de forma natural e fluida, quando chegar o dia e a hora de ser avaliada.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Provas marcadas

Simpaticamente, o orientador perguntou-me se preferia que a defesa fosse na última semana de Maio ou na primeira de Junho. Optei pela segunda hipótese. Uns dias depois recebi um e-mail dele a pedir que não marcasse nada para dia 5 à tarde, «depois lhe explico porquê».
Era óbvio. Mas hoje recebo finalmente a convocatória da Faculdade: será dia 5 às 15 horas. Viva!

terça-feira, 10 de março de 2015

Júri constituído


Recebo um e-mail do orientador, informando-me da constituição do júri. Nomes e respetivas funções académicas e profissionais.
Agradeço com um abraço e nada mais, depois de ter começado por comentar e de, logo a seguir, ter decidido apagar o comentário.
Então ele responde: «Só isso? Nenhum comentário?»

terça-feira, 3 de março de 2015

Fim do prazo


   Hoje é o dia.
   Ou melhor, hoje teria sido o dia: a data-limite para a entrega da tese.
Como a entreguei antes do prazo, na semana passada, o dia de hoje acabou por ser uma data inócua, irrelevante. Mas foram tantas as vezes em que me imaginei neste dia, quando ainda era uma data longíngua num futuro incerto, que agora me parece importante deixar aqui esta nota.
   Aquele dia após o qual já não poderia continuar a escrever a tese, aquela fatídica data na qual a tese teria de ser impreterivelmente entregue na faculdade, é hoje. E afinal não significa nada! Tanto melhor. Combina comigo, acabar as tarefas antes da data-limite. Ainda bem que consegui. E devo dizer que foi graças a duas circunstâncias: o nascimento do meu terceiro filho, que me permitiu gozar baixa médica durante a gravidez e depois licença de maternidade; e o facto de, no local de trabalho, me ter sido permitido trabalhar para a tese durante o horário não letivo. Obrigada, filho, obrigada, patrões!




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Agora sim

E pronto, voltei à faculdade, para entregar o CD Rom.
Nele gravei 5 ficheiros em PDF: "declarações", "capa", "resumo a índice", "corpo da tese" e "bibliografia".
A folha que já tinha impressa há tempos, prontinha para colocar na caixa, desapareceu sem deixar rasto.
À pressa lá tive de fazer outra, só porque não consegui encontrar a primeira. Ainda pedi ao funcionário que ontem recebeu a tese para ver se por acaso não teria agrafado a folha, por engano, a um dos CV. Ele procurou, mas nada. Há de aparecer num sítio estúpido qualquer - só espero que não seja encadernada no meio de algum exemplar da tese.
So typical...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Tese entregue... ou quase


Lá fui, com os sete exemplares da tese, sete cópias do CV, a minuta com o pedido de prestação de provas preenchida e o cartão multibanco pronto para largar 150 euros, em números redondos. Sim: 107 euros para pedir as provas, mais custos administrativos e "seguro escolar". Quase dá vontade de rir... se não fosse uma despesa tão grande e injusta.
Entreguei as coisas, fiz o pagamento e... ups. Tive de responder "Ah! Esqueci-me..." quando o funcionário me perguntou se levava o CD Rom com uma versão digital da tese.
Não havia problema, podia voltar lá no dia seguinte para o entregar.
Ora bolas! Tive tanto tempo para me organizar e para reunir tudo antes de ir à faculdade e, mesmo assim, havia de me esquecer de alguma coisa. So typical...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Alívio

Ontem decidi escrever um e-mail ao meu orientador a explicar que não fui capaz de redigir um agradecimento sobre o seu contributo para o meu trabalho. Depois de muito hesitar, acabei por decidir não incluir essa página na tese e pronto. Isso não significa que não lhe esteja agradecida, significa apenas que não consegui escrever nada que me parecesse adequado. Foi mais ou menos isso que lhe expliquei, perguntando-lhe se ficava triste comigo.
Para meu alívio, ele respondeu (duas horas depois) dizendo que aprovava a minha decisão, que era da opinião de que aos orientadores não se agradece, que lhe parecia que o próprio Eco dizia isso mesmo no seu Como se faz uma tese. Eu também achava isso, mas confesso que, agora que oriento alunas de mestrado, ver o meu nome nos agradecimentos dos seus relatórios me agrada bastante e não me passaria pela cabeça pedir-lhes que o eliminassem porque "aos orientadores não se agradece". Provavelmente é por isto ser novidade para mim. Quando crescer, vou aprender a pôr de parte o egotismo e a partilhar da opinião do meu querido orientador e do Umberto Eco!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Não resisto


Não resisto a mostrar a alguns amigos um exemplar da tese encadernada. Ainda não foi defendida, mas está escrita. E isso já me permite sentir uma satisfação que não resisto a partilhar. Abro a caixa e tiro o de cima, com cuidado. Ãnh?! Está bonita, não está? - diz o sorriso orgulhoso escarrapachado na minha cara.


Mas calma... não quero que lhe mexam muito, não vão olhar fixamente para uma página e perguntar: «olha lá, isto aqui é mesmo assim ou está errado?»
Safa!...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Impresso e encadernado

Parece mentira... a tese está pronta, posso pegar em cada exemplar e folheá-lo, estão todos impressos. Faço-o muito a medo, por causa de todas as falhas que estou sujeita a encontrar. Não quero levar as mãos à cabeça e ter de começar novamente o processo de impressão e encadernação. Por isso, em vez de aproveitar a última oportunidade para verificar se há problemas que podem ser resolvidos antes de submeter a tese à apreciação do Júri, é melhor manter os "bichos" dentro da caixa e esperar que esteja tudo bem.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Despesas

Com uma caixa de resmas de papel A/4, dirigi-me à reprografia aqui da "casa" onde trabalho para encadernar a tese. O trabalho será feito noutro lado, mas só leva um dia. Decidiu-se como ficaria a lombada e perguntei qual seria o preço. À volta de 11,5 euros cada, mas sujeito a uma "atenção". A ver vamos. Agora vai ser altura de grandes despesas com esta brincadeira... só para entregar a tese e pedir a defesa terei de pagar 107 euros à faculdade!


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Overzealousness

Deu-me uma insegurança aguda nos últimos dias. Tudo me suscitava dúvida e receio: a forma como organizei a bibliografia, as normas de referenciação bibliográfica, o título e o subtítulo da tese, o que devia figurar na lombada, se a data deveria estar na horizontal ou na vertical, se deveria incluir, ou não, uma folha em branco no fim, enfim... tudo.
Partilhei algumas destas dúvidas com o orientador, que a certa altura só respondeu: please...
Quando me tentei justificar e pedi desculpa por estar sempre a maçá-lo, procurou tranquilizar-me, que não me preocupasse. Compreendia a minha ansiedade, mas a verdade é que certas dúvidas eram, de facto, «excessivamente desimportantes». Adorei a expressão!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Ingratidão... ou não?

Optei por suprimir a página (opcional) dos agradecimentos prevista no modelo da faculdade.
Sou, portanto, uma ingrata, pelo menos à luz de todos os que virem nessa ausência um sinal de ingratidão.
Quanto a mim, não sei. Havendo uma página para a dedicatória, que já pode ser usada para agradecer aos familiares e amigos que nos apoiaram, sinceramente parece-me que os agradecimentos não têm muita razão de ser. Julgo que se aplicam sobretudo às teses em que houve pessoas que ajudaram o investigador a recolher dados, etc. No meu caso, o trabalho foi essencialmente solitário, por isso só poderia agradecer ao orientador. E o orientador fez a sua obrigação, ou não?
É claro que eu apreciei e aprecio profundamente a forma como ele me orientou, é claro que o admiro imenso - mais, cheguei a dizer-lhe que escrevi a tese para ele. É o que sinto, realmente. Ele foi o meu leitor de eleição, foi para lhe agradar que me esforcei por escrever uma coisa de jeito. Para mim, sempre foi importante ter um destinatário em mente, quando escrevo. E ele é, obviamente, o destinatário ideal: a pessoa que poderia, quereria e saberia apreciar o meu trabalho. Se ele gostou, eu estou realizada. Não foi para o júri que escrevi, pois até hoje não faço ideia de quem serão essas pessoas.
Voltando à gratidão, o que sinto pelo meu orientador é muito mais intenso e muito mais complexo. É um fascínio que vem de há mais de vinte anos, quando foi meu professor, e que me levou a nutrir por ele uma verdadeira paixão platónica. É uma admiração enorme por tudo o que ele pensa, diz e escreve, é um profundo reconhecimento pela sorte que tive, ao seguir um caminho que se cruzou com o dele. Mas, atrevo-me a dizer, são sentimentos demasiado fortes e ao mesmo tempo demasiado "pirosos" para os deixar escarrapachados na quarta página da tese. Aqui também estão, claro, e mais públicos ainda. Mas aqui posso pôr todos os devaneios e pensamentos, mesmo os mais parvos, porque não tenho medo que alguém os leia - que ele os leia. Se ficarem na tese, corro o risco de ele me vir depois dizer que se sentiu embaraçado, ou que não era preciso. Por isso preferi dizer-lhe directamente: foi com muito prazer que escrevi esta tese para si. E ele é que me agradeceu.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Malditas tabulações

Depois de ter resolvido finalmente imprimir a tese toda, devia ter olhado para o primeiro exemplar com mais atenção. Arrisquei imprimir os outros seis porque presumi que estava tudo bem, mas depois verifiquei que, estranhamente, havia páginas em que as tabulações eram maiores do que o normal, outras em que era menores. Raios! Toca a imprimir os grupos de páginas a substituir x 7, e a incorporá-los nos exemplares da tese dispostos em cima da mesa da sala. Menos mal, se for só este o problema.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Pedido de mudança de título da tese


No dia 9, o orientador lembra-me que, caso o título da tese seja diferente do que ficou no registo da tese feito em 2011, tenho de fazer um requerimento a pedir autorização para a mudança. Não estava à espera, uma vez que o título foi indicado como sendo "provisório" - tanto no registo como no Relatório de Progresso do Trabalho da Tese. Entretanto, troco uns e-mails com ele sobre qual deverá ser, afinal, o título definitivo. Embora não seja o da minha preferência, o que ele sugere é o mais adequado. Seja.
No dia seguinte, o Secretariado dos Doutoramentos confirma que será necessário fazer o pedido e envia-me a minuta para o efeito, que podia ser entregue por e-mail. No dia 11, lá enviei a minuta preenchida, acompanhada do parecer favorável que o orientador fez o favor de me mandar. Agora resta-me aguardar a resposta, antes de imprimir a tese.... ou não?
Algo me diz que é arriscado ficar à espera de braços cruzados, quando o prazo de entrega da tese se aproxima a passos largos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Preparativos finais

Correções e mais correções, coisas pequeninas, mas que fazem toda a diferença. Não quero imprimir a tese e encontrar logo duas ou três gralhas. E a formatação? Acontecem coisas incríveis, como abrir o ficheiro e descobrir dois parágrafos que, inexplicavelmente, passaram a estar em itálico! Raios...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Nota prévia


Escrevi quatro páginas que fazem uma espécie de balanço da situação, desde que pensei pela primeira vez em escrever a tese até hoje. Procuro explicar de onde partiu a ideia inicial e o que aprendi desde então. Parece-me que está bem e que faz sentido incluir esta pré-introdução na versão final a entregar. Mas o orientador é que manda... vou enviar-lha agora mesmo.

...

E eis que  o orientador responde, 4 MINUTOS DEPOIS, dizendo que está muito bem! E leu mesmo, porque fez duas observações sobre o conteúdo, sugerindo pequenas alterações :)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Tese aprovada pelo orientador!

O meu estimado orientador não só viu e aprovou a conclusão no mesmo dia em que lha enviei (escrevendo-me ontem um e-mail ao fim da tarde, que eu só vi à noite, antes de me deitar), como diz que lhe parece que a tese que escrevi é «muito importante» e «vai dar muita discussão durante muitos anos», finalizando o e-mail com «Parabéns!»
Claro que fiquei tão feliz e orgulhosa, que até dormi mal, a pensar naquilo. Quando acordei, parecia-me que tinha sido um sonho...
Só espero que a tal "discussão" que eu irei provocar não seja demasiado agressiva nem demasiado demorada no dia da DEFESA!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Conclusão concluída

Resolvi, afinal de contas, chamar-lhe conclusão. E acabei-a de repente, sem mais. Só tem 9 páginas, mas não vejo o que poderá faltar. E a verdade é que, após 215 páginas de "baralha e volta a dar", já estou cansada do assunto!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Prosseguido e concluindo


E eis que a conclusão está com 8 páginas, porque hoje tive tempo e inspiração (com uma corrida à farmácia pelo meio, para comprar supositórios para bebé doente na creche aqui ao lado)!

Contradições

Resolvi perguntar ao secretariado dos doutoramentos quantos exemplares da tese é que devo entregar e eis que me enviam parte do texto de umas normas que é diferente do que eu consultei na intranet da faculdade! Dizem que tenho de imprimir 7 exemplares... em que ficamos?
Abstive-me de os confrontar com a disparidade de informações. Faço o que dizem e pronto, sempre é melhor a mais do que a menos. Se não os quiserem, ofereço os dois que sobrarem.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Pormenores


Já consultei as normas da faculdade e tenho de entregar 5 exemplares impressos da tese, mais um em CD.
Agora o pior é confirmar que as referências bibliográficas estão bem feitas e que a bibliografia tem todos os autores e títulos citados. Parte chata e demorada, mas pelo menos a tese já está feita. Até parece mentira...

Último capítulo aprovado!

Finalmente recebi resposta do orientador sobre o capítulo que faltava! Diz que «continua muito bem e acaba muito bem». Não quer reler a tese toda, nem vê-la antes de eu a entregar. Só lhe falta, claro, ler a conclusão.

Por mim, sinto que a Introdução precisa de uma boa revisão e que muito do que ficou por ler salta à vista de quem for minimamente entendido no assunto. Não estou assim tão confiante quanto a mensagem dele me poderia fazer sentir.


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Só falta um mês e meio!


Pois é... a brincar, a brincar, só falta um mês e meio para ter de entregar a tese.
E o orientador não diz nada sobre o último capítulo, que lhe enviei há 15 dias!...
Não sei o que pensar deste silêncio, mas não me deixa nada tranquila. Da última vez ele demorou 10 dias a ler e a responder. Será que falta muito para receber notícias?
Entretanto, comecei a conclusão, mas descobri que ainda me falta ler muita coisa - inclusive um livro que lhe perguntei se me emprestaria, caso o tivesse. Disse que sim, caso o tivesse. Mas nunca mais disse se o tinha ou não...
Detesto este impasse!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

esmagamento inconsequente

Hoje sinto-me (mais uma vez) esmagada por tudo o que ainda não li.
De vez em quando acontece... com intermitências de maior tranquilidade ou esquecimento temporário relativamente a essa terrível constatação. Mas não é grave - ou melhor, sendo grave, não merece assim tanta reflexão. É um aspecto incontornável da minha condição de investigadora, tal como a morte é um aspecto incontornável da minha condição de ser vivo.