segunda-feira, 23 de maio de 2011

I&E

Investigar e ensinar é o binómio que se impõe a qualquer docente do ensino superior. Difícil mas necessária ginástica que implica publicar x artigos por ano e ao mesmo tempo ter uma carga lectiva que justifique o ordenado. Claro que a melhor solução de compromisso é encontrar formas de investigação que se apoiem na prática lectiva, para que o tempo dedicado a cada actividade seja simultaneamente despendido em proveito da outra. E quais são os professores que podem conciliar de forma tão prática e eficaz as faces da sua vida profissional? Muito poucos, eu diria. Mas tenho colegas que conseguem fazê-lo - ensinam e investigam, por exemplo, na área da metodologia do ensino das ciências.
Invejo-os por isso.
Mas continuo a gostar da minha vida, do meu trabalho, da minha investigação. Não se pode ter tudo e o que eu tenho já é imenso!

3 comentários:

  1. Deixe-me dar-lhe uma pequena pista que pode ajudar a conciliar a investigação com a leccionação, ainda que não versando imediatamente as matérias que ensina. E, garanto, o que lhe vou dizer é resultado de experiência própria. Aí vai, o pequeno "truque".

    Comece por explorar os colóquios, os congressos, os encontros que se fazem sobre o tema da sua investigação. Isso consegue-se através de uma ligação mais estreita ao Departamento respectivo da universidade à qual está vinculada (por nela ser candidata ao grau de doutor) e, também, ao estabelecimento de ensino onde dá aulas. Procure informar-se dos "call for papers" existentes.
    Depois de ter dado esse passo, identifique aqueles encontros nos quais gostaria de apresentar pequenas comunicações.
    Proponha às entidades respectivas um tema (pode, durante um ano participar em dois eventos da natureza indicada).
    Comece a investigar, ou a juntar material já trabalhado, para escrever a sua comunicação.
    Escreva sem receio, porque, na maioria dos casos, os organizadores limitam o tempo de exposição, mas não limitam a dimensão do trabalho escrito.
    Depois do trabalho redigido, prepare uma apresentação sintética das suas investigações e respectivas conclusões.

    Pronto! Passa a investigar e a leccionar e amplia consideravelmente os seus conhecimentos científicos ao mesmo tempo que "ganha lastro" para as suas aulas.
    E tem mais uma vantagem: se a investigação estiver relacionada, mesmo que tangencialmente, com o tema da sua tese de doutoramento, são achegas que dá ao seu trabalho de fundo.

    Olhe, ofereço-lhe esta ideia sem cobrar nada em troca. Faço-o pelo simples gosto de ver uma jovem colega tão desejosa de entrar no mundo da investigação... Um mundo que nos preenche muito, creia. E faço-o, porque, afinal, já trocamos ideias na blogosfera há vários anos... Quase seis, não é?

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  2. Não me devo ter explicado bem. Ou então sou eu que não estou a perceber o que se pretende com a conciliação entre ensino e investigação que as faculdades exigem aos seus docentes.
    Quando falei nisso, não considerei a hipótese de que proferir umas conferências aqui e ali significa ensinar, pelo menos tendo em conta os objectivos das instituições de ensino relativamente aos docentes investigadores.
    Ensinar, pensei eu, é ser o docente responsável pela leccionação de uma ou várias unidades curriculares (como agora se chama às disciplinas ou cadeiras) durante todo o ano ou semestre lectivo.
    O que eu invejo, portanto, é a possibilidade de certos colegas meus, enquanto estão a dar aulas aos seus alunos, estarem ao mesmo tempo a pôr em prática a sua investigação doutoral, o que lhes permite ir avançando na tese, enquanto se dedicam à sua prática lectiva.

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  3. Ah, está bem! Isso é uma outra perspectiva que só alguns raros "eleitos" têm possibilidade de praticar... e não em todo o tipo de unidades curriculares.
    Desses também eu tenho inveja!

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