É o trabalho que não me deixa dedicar-me à tese, ou é a forma como eu trabalho que não me permite fazê-lo?
As duas coisas, provavelmente.
Tenho lido, muito devagar, mas essencialmente tenho perdido os meus dias com assuntos prementes e passageiros, com distracções, com tarefas e mais tarefas que me aparecem continuamente à frente, como segundos a saltitar para fora de um relógio.
Preciso de paz e de um tempo que escorra silencioso e brando, como o leito de um rio desapressado.
Quero exilar-me numa casa no campo!
Compreendo-a. Há mais de quinze anos tive o "sonho" de alugar um apartamento, durante o Inverno, na Isla Canela (uma praia quase junto à foz do rio Guadiana, na margem espanhola), cuja sala tinha uma excelente vista para o mar, e escrever ensaios e ficção. Por lá chove pouco e não tem quase ninguém fora da época balnear. Tem a vantagem de ficar a meia dúzia de quilómetros de Ayamonte e de Vila Real de Santo António. Ao fim da tarde, vestindo uma boa camisola de lã, poderia passear na areia da praia e ouvir as gaivotas na sua louca gritaria.
ResponderEliminarEstá visto que não realizei o meu sonho, mas continuo a ter esta fantasia na minha mente.
Aprendi a organizar-me e a organizar o meu trabalho e, no tempo que passou, escrevi os ensaios que queria e o romance que desejava.
Conclusão: tem de se organizar!
Quanto ao resto, bom trabalho e bom sonho com o exílio campestre. :)