quarta-feira, 19 de outubro de 2011

BOMBA

Foi como se tivesse levado uma bomba para a faculdade, para a fazer explodir na cara da minha orientadora.
Lamentei-me junto do director do departamento, que conheço há 20 anos e por quem tenho uma grande estima, de que ela não tem tido tempo para me orientar e de que o co-orientador me ignora, como se eu não existisse. Sem ser completamente a sério, perguntei-lhe a certa altura se me orientaria, porque estava descontente e desorientada. E ele disse que sim.
Eis que se me faz clique dentro da cabeça. E se... ?
Ele nem me dá tempo para raciocinar: «ela vai ali!»
Saí a correr, para a apanhar. Esperei que ela acabasse de conversar com alguém e finalmente pude abordá-la.
«Nem tenho tido tempo para lhe dizer nada, mas não preciso de lhe dar explicações, não é verdade?» - começou ela, deixando-me boquiaberta. Ai não?, pensei. Por acaso acho que até devia...
Então, não pude evitar, saiu-me: disse-lhe que, se via que não tinha tempo para me orientar, eu podia mudar. Que o director do departamento estava disposto a assumir a tarefa, se ela não a quisesse.
Ela respondeu que eu estivesse à vontade para tomar essa decisão, que ficava ao meu critério. «Mas quer orientar-me?» - Perguntei. E ela respondeu que sim.
Então pedi-lhe que marcássemos uma reunião e que ela lesse o que tenho andado a escrever.
Só daqui a um mês, foi a condição dela... antes disso, (como sempre), não tinha tempo.
Depois de nos separarmos ela ficou a matutar naquilo. Chegou à conclusão de que tinha sido uma conversa muito desagradável e telefonou-me ao fim da tarde, para me dizer que estava muito incomodada e que sentia que não tinha condições, a partir dali, para me orientar.
Basicamente, fui uma besta. E chorei.

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