sábado, 19 de dezembro de 2009

Não aguentar os cavalos

A minha desobediência de mim própria é desconcertante.
Escrevo que vou ter calma, que vou esperar e ler mais e, no minuto seguinte, começo a escrever.
Sai-me uma página, uma página inaugural espremida em quase duas horas de muita hesitação, em que cada palavra parecia um actor inseguro, como se este,  depois de entrar no palco, se desse conta de que não estava pronto e voltasse para trás da cortina, para ser substituído por outro. Com uma pergunta constantemente na cabeça («o que é que o professor avaliador vai achar disto?»), fui apagando e escrevendo, apagando e reescrevendo, até que lá consegui encher um página da qual, muito provavelmente, dentro de alguns dias, nada se aproveitará.

1 comentário:

  1. Só posso falar por mim. Quantas vezez fico à espera do momento ideal para encetar a escrita. Mas penso que está errado e é só uma desculpa para preguiçar mais um pouco. Há que começar sem delongas. O resto virá por acréscimo.
    E já tenho alguma experiência...

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