Ah! Que maravilha!
Nunca pensei sentir-me tão bem na grande e silenciosa BN.
A verdade é que me tinha esquecido de como se está bem naquele ambiente tranquilo, em que tudo e todos cumprem o mesmo objectivo: a leitura.
Chamem-lhe sarcófago, digam o que disserem, a BN é o melhor ambiente de trabalho que eu poderia desejar. Até os funcionários parecem estar mais simpáticos, se bem que nem a antipatia deles me incomodaria um pedacinho. É que na BN o meu telefone não toca e, melhor ainda, não há camas para fazer, loiça para lavar, roupa para dobrar ou refeições para cozinhar! É a liberdade total e todo o tempo que eu quiser para, simplesmente, LER. Sem distracções, sem desculpas, sem rodeios.
Como resultado, despachei o Sílvio Lima de uma assentada - literalmente! - e ainda ataquei os Cadernos (obrigada, Papel Químico, mas parece que já não vou precisar dos teus!).
Mal posso esperar pela próxima sessão de retiro espitirual.
Sobretudo - e acima do ambiente - estar na BN permitiu-me recuperar aquela sensação de prazer enorme que se tem quando aquilo que estamos a ler se relaciona com o já lido, e começamos a tecer na cabeça uma rede tão envolvente de relações e ideias, que nos abstraímos por completo do tempo, do espaço, quase de quem somos. E construir um texto académico é isto: criar uma rede de raciocícios que liga, de uma forma nova e original, os raciocínios alheios. Citamos, não para nos colarmos aos outros e assim escondermos a falta de ideias próprias, mas para mostrar como os outros dialogam entre si, sem suspeitarem disso, na medida em que existe entre as suas ideias uma ligação que NÓS DESCOBRIMOS.
«Citamos, não para nos colarmos aos outros e assim escondermos a falta de ideias próprias, mas para mostrar como os outros dialogam entre si, sem suspeitarem disso, na medida em que existe entre as suas ideias uma ligação que NÓS DESCOBRIMOS»
ResponderEliminarSimplesmente brilhante!
Está no bom caminho.
Fico feliz ao ver que ainda há alguém que percebe a razão das coisas.