Eis que me inscrevo num curso de formação «ao longo da vida» organizado pela unidade de investigação a que estou agora associada. Pensei, na minha ingenuidade, que o título "Filósofos explicam a literatura" prometia pelo menos alguma elucidação.
A lição de abertura foi, para mim, uma tremenda desilusão. O professor convidado leu páginas intermináveis do que me pareceu ser uma colagem de ensaios que escrevera antes, a propósito de poemas e contos que ninguém ali tinha na frente, em prosa densa e erudita cheia de palavrões sonantes, tudo lido com uma rapidez vertiginosa (que no entanto se estendeu por uma hora) e pouco ou nada relacionado com o tema da lição.
Dei como desperdiçado o dinheiro que gastei para ali estar e resignei-me a sair em silêncio, em vez de barafustar, como se calhar devia, contra a péssima qualidade pedagógica do evento. Talvez as sumidades académicas se definam por isso mesmo: pela falta de jeito para ensinar e pela dificuldade que têm em traduzir a sua verborreia por miúdos que se percebam.
Está enganada! Sumidades, não! Certamente queria dizer "soma idades", pois os que são novos querem parecer velhos e os velhos já se baralham todos! Está explicada a razão da confusa exposição.
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Pois eu acho que nem todos os "velhos" se baralham, os novos ficam baralhadinhos de todo com este tipo de "figurões", e estes devem rir-se à custa das nossas caras de parvos, quando regressam à solidão altiva das suas redomas...
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