segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mixed emotions


Incrível. Uma colega estava a fazer "limpezas" no gabinete ao lado, livrando-se de livros (!) que não lhe interessavam e veio oferecer-me quatro ou cinco que talvez me interessassem a mim. Eis que entre eles, além do número de uma revista em que aparece um artigo meu (dá sempre jeito para oferecer), estava uma tese de doutoramento publicada no ano passado, sobre uma temática com mais pontos de contacto com a  minha do que seria desejável.
Folheei-a avidamente, detendo-me no índice. Quase gémeo do meu, no tema de fundo e na lógica do percurso. Não quis acreditar. Li-a durante todo o dia, sentindo-me agradecida pela minha sorte e ao mesmo tempo lastimosa pelo meu azar. Sublinhei furiosamente, escrevi comentários à margem, procurei desesperadamente encontrar pontos de fuga para uma argumentação diferente.
Cheguei ao fim da tarde aliviada por ter "dominado" o monstro e entristecida por saber da sua existência.
Claro que é sempre possível criar um monstro diferente, mas há ideias e expressões que eu tinha pensado que eram trunfos só meus e que a autora daquela tese já avançou. Isso é natural, acontece, dirá o meu orientador. Pois. Os acidentes também acontecem. Mas são sempre muito desagradáveis.

2 comentários:

  1. Não a quero desanimar - longe vá tal ideia! - mas isto resulta do facto de não ter começado o seu trabalho de pesquisa bibliográfica por uma consulta ao sítio da Biblioteca Nacional e, com auxílio de palavras-chave apropriadas, ter identificado o que se apresentou em teses (é necessário, a seguir à palavra-chave introduzir a palavra "tese") nos actos académicos em Portugal. De certeza, essa tinha "saltado" que nem uma lebre!
    Não deve dar margem a que aconteçam situações inesperadas.
    O levantamento bibliográfico é o que eu peço aos meus alunos logo na fase de apresentação do projecto e aconselho-os a manterem-no sempre actualizado.
    Há acasos extraordinários e o que relatou veio ajudá-la a fazer, de certeza, uma melhor tese.
    Votos de bom trabalho.

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  2. Naturalmente que eu fiz isso... acontece que esta tese é muito recente e, por isso, não poderia na altura ter aparecido na pesquisa!

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